quinta-feira, 12 de maio de 2016

AS TRES MURALHAS DA RECANALIZAÇÅO TUBARIA

São muitas as variáveis no resultado de uma cirurgia, mas existe o que se pode resumir em acontecimentos previsíveis, ou encruzilhadas já conhecidas. No caso da cirurgia para Recanalização  Tubária, costumo dizer que são três, as principais muralhas para se chegar á vitória, e comemorar com o seu bebê. 

Tudo começa no dia em que você fez a sua ligadura das trompas. A primeira muralha. Nao sei por que, e isso acontece com frequência, os colegas médicos têm retirado porções extensas das trompas, DESNECESSARIO, e a OMS e a FEBRASGO que o digam, prejudicando o resultado e o sucesso da cirurgia para Recanalização tubária. Sem falar nos verdadeiros "barbeiros", que MUTILAM  as trompas das pacientes, crime de lesão corporal gravíssima, segundo o Código Penal, artigo 129.
Mas digamos que você foi submetida á técnica de Pomeroy, a mais utilizada, e que garante á paciente a certeza de não engravidar, mas com chance de reversão. Nesta técnica, só se retiram 2,5cm de cada trompa, porção que é retirada do meio da trompa, nem tão perto do útero, e nem tão perto das fímbrias, as famosas mãozinhas das trompas. Nesse caso você já passa DIRETO para a segunda muralha. Percebeu? A atitude de um profissional interfere DIRETAMENTE no resultado á se esperar, e sendo esse profissional bem qualificado, você está LIVRE para escolher o arrependimento, com grandes chances de reverter o quadro.

A segunda muralha está no fato do sangue proveniente do próprio local da cirurgia, vir á "entupir" a luz da trompa, já que o sangue funciona como uma "cola". Aqui mais polêmica. Se perguntarmos a muitos ginecologistas se isso acontece, todos concordarão que é possível. E se perguntarmos se existe como evitar, a maioria dirá que não, mas, dirão também que o próprio organismo toma a providência de retirar o sangue do interior da trompa, já que ali se trata de um orgão com luz. Certo. Mas se aguardamos isso acontecer, como muitas, apenas 30% das trompas estarão "abertas" depois de três meses. Uma estatística pobre, responsável pela má fama desta cirurgia, levando muitas pacientes á recorrerem á FIV, perdendo a chance de uma gravidez natural. 
Mas nesta "muralha" as nossas pacientes recebem um tratamento clássico, que aprendi há 27 anos na UFF, com o honrado Professor Altamiro Vianna, e venho praticando desde então, chamado HIDROTUBAÇÃO. Esse método só funciona quando utilizado até dois meses depois da cirurgia. Nesse caso observamos 80% das pacientes com trompas desobstruídas após a cirurgia (excluindo as mutiladas). 
A terceira muralha, eu digo que será a paciente engravidar no período de 2 meses á 2 anos. Após esse período, observamos num grupo de dez pacientes operadas (excluindo as mutiladas!), sete pacientes grávidas e três não. Dessas três, todas terão as trompas desobstruídas, mas sem o movimento das trompas. Neste caso as trompas não se movem, e então não "pegam" o óvulo na ovulação. Aqui acrescento que, depois de modificar detalhes da técnica cirúrgica, nossa equipe observou um aumento na incidência de gravidez pós- cirurgia. 
Isto não aconteceu por um acaso, pois foi fruto de anos, e centenas de Tuboplastias realizadas, nas pacientes que tomaram conhecimento dessa cirurgia pelo RJ TV, na véspera do dia das mães do ano 2000. As cirurgias eram realizadas através do SUS pela nossa equipe, no Hospital das Freiras de São Gonçalo. 

Lancei na web um apelo, para que as pacientes que forem recorrer á laqueadura, que se utilizem de um documento chamado CONSENTIMENTO POS-INFORMADO, onde deverá constar a Técnica de Pomeroy, como opção para a ligadura das trompas. Informe-se. Discuta. Defenda o seu direito. Afinal de contas, o mundo é das mulheres! 
                                                                                  dr andre vaz 


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